Informativo

NPCO: Uma ideia semeada que não para de gerar resultados

Víctor Hugo Alvarez V. é professor titular aposentado do Departamento de Solos, atualmente atuando como professor voluntário, ministrando  duas disciplinas da pós-graduação: Métodos de Análise de Solos e Plantas e Avaliação da Fertilidade do Solo. Em entrevista, o senhor equatoriano contou com seu jeito tranquilo e bem humorado sobre a história do Núcleo de Pesquisa e Conservação de Orquídeas (NPCO) do Departamento de Solos da UFV, no qual atua como co-líder.

O Núcleo surgiu por ambição do professor Roberto Ferreira de Novais, seu atual líder, que pensava na criação do orquidário desde que era estudante na UFV. Tempo depois, o professor Carlos Sediyama, então reitor da UFV (2004 – 2008), foi fundamental para dar  apoio e inspiração para que a ideia fosse colocada no papel: “Eu sei até a data exata de assinatura do ato de criação, foi no dia 14 de novembro de 2008. Foi também o dia em que foi assinada a minha aposentadoria.” – brinca Víctor Hugo.

A partir daí, o objetivo foi lutar para que o projeto se concretizasse. O então diretor do Centro de Ciências Agrárias, Sérgio Hermínio Brommonschenkel conseguiu a aprovação da licitação e um terreno para a instalação do Núcleo e se interessou ainda mais pelo projeto, dando início às primeiras obras para a realização de um sonho: no espaço foram construídos um galpão, um poço e feito o cercamento.

O professor Víctor Hugo acompanha de perto toda a trajetória de conquistas do Núcleo – Foto: Bélit Medeiros/Intermídia

Atualmente, a equipe que compõe o Núcleo conta com oito professores e diversos estudante do Centro de Ciências Agrárias (CCA). O orquidário tem um significado especial para o DPS: estão sendo finalizadas agora mais duas casas de vegetação, uma de (27 x 7 m) dedicada à pesquisa, e a outra, um pouco menor (22,5 x 7 m) será utilizada para a produção comercial de orquídeas. Pelo menos dez artigos e quatro teses de doutorado já foram publicados pelo CCA como fruto de pesquisas do Núcleo.

E os benefícios não param por aí. Segundo o Prof. Víctor Hugo, o Núcleo gera uma relação muito proveitosa com a Associação Orquidófila e Orquidóloga de Viçosa (AOOV), onde se reúnem no próprio DPS, e exposições de orquídeas na cidade uma vez ao ano. O Núcleo oferece também uma disciplina de Cultivo de Orquídeas no departamento de Fitotecnia e um curso com o mesmo tema na Semana do Fazendeiro, mas com uma abordagem mais voltada às pragas e doenças que podem atingir estas plantas.

A primeira casa de vegetação é dividida em três espaços, um para cada área de pesquisa – Foto: Bélit Medeiros/Intermídia

O orquidário fica localizado na Vila Gianetti, próximo à entrada alternativa da UFV – Foto: Bélit Medeiros/Intermídia

Além de todas as conquistas do Núcleo até agora, Víctor Hugo conta que ainda há mais coisa sendo almejada. “Temos a aspiração de construir no terreno um laboratório para reprodução in vitro, biblioteca e secretaria específicos do Núcleo.” O professor faz parte do projeto desde que era só uma ideia, em 1990. Em 2004, já participava de reuniões para definição de questões burocráticas, como o estatuto, por exemplo. Quando perguntado pelo motivo de trabalhar com as orquídeas, ele fala com orgulho: “Sempre gostei de plantas ornamentais, ainda mais quando ganhava algumas de presente do professor Novais. Hoje tenho uma coleção com cerca de 900 vasos de orquídeas.”

O professor ainda deu algumas dicas para quem quer cultivar orquídeas em casa. Confere aí:

O primeiro lembrete é que as orquídeas são plantas de cultivo fácil. Em segundo lugar, é preciso saber que suas raízes evoluíram para captar e armazenar água, ou seja, nada de regar muito! Elas correm o risco de apodrecer. Como a maioria das plantas, precisam de luz, mas as orquídeas crescem lentamente. Elas florescem uma vez ao ano, mas quando bem nutridas, podem florescer sucessivamente e durar por muito tempo. E é muito importante saber qual é a espécie da sua orquídea: existem delas para todos os climas e habitats, então só identificando para saber as formas mais específicas de cuidar.